Player da Rádio

Pesquisar este blog

terça-feira, 17 de junho de 2025

A La Luz del Shabát – Sheláj Lejá

Quando realizamos um ato bom, ainda que às vezes não coloquemos nele todo o nosso ser nem todo o nosso esforço, D'us lembra de cada detalhe…

Maór HaShabat

Quando realizamos um ato bom, ainda que às vezes não coloquemos nele todo o nosso ser nem todo o nosso esforço, D'us lembra de cada detalhe…

Pequenos Grandes Atos



Devemos saber que, quando realizamos um ato bom, ainda que às vezes não coloquemos nele todo o nosso ser nem todo o nosso esforço, D'us lembra de cada detalhe, até mesmo o pensamento que o motivou, quando chega o momento da recompensa – e Ele o faz em dobro – a tal ponto que às vezes nos parece que a recompensa recebida não corresponde nem é equivalente ao ato realizado.

Um jovem ingressou em uma Yeshivá para continuar seus estudos de Torá. Tratava-se de, como as pessoas costumam chamar esse tipo de personalidade, "um menino mimado". Suas qualidades – ou a falta delas – impediam-no de se adaptar às regras da Yeshivá, e por mais que tentasse, não conseguia encontrar seu lugar. Seus pais haviam feito um grande esforço para enviá-lo para lá, e ele realmente queria agradá-los, mas seu coração lhe dizia que era inútil continuar tentando, até que finalmente decidiu abandonar a Yeshivá.

Já havia feito as malas e estava prestes a ir embora, quando um mal-estar repentino o fez procurar a enfermaria. Lá lhe informaram que era apenas uma gripe simples, mas como estava com muita febre, deveria permanecer, pelo menos, dois dias em repouso para se recuperar. Um dos alunos mais velhos, que o observava desde sua chegada e percebia a angústia em seu coração, sentiu pena dele e pensou em fazer algo para confortá-lo. Quem sabe, talvez aquele colega o lembrasse dos próprios começos na Yeshivá. Desceu à rua, procurou um quiosque e comprou-lhe um bolo e uma bebida. Para os custos daquela época, poucas moedas foram suficientes. Voltou à Yeshivá, entrou no quarto do doente e, com um sorriso amigável, ofereceu-lhe o que havia comprado. O gesto foi aceito pelo jovem com muito apreço. De repente, ele entendeu que tinha amigos ali, que alguém se importava com ele, e isso o motivou a ficar e tentar novamente se adaptar.

Durante anos, estudou naquela Yeshivá, alcançando um nível muito elevado em Torá, tornando-se um Talmid Jajam (erudito da Torá). Um dia, enquanto fazia uma pausa nos estudos, aproximou-se uma pessoa perguntando se conhecia o jovem "tal e tal", pois precisava de referências dele, já que estavam considerando apresentá-lo à sua filha.

Tratava-se do aluno que lhe havia comprado o bolo e a bebida e que, com sua atitude, havia mudado sua vida. Ao ouvir seu nome, é claro, encheu a boca de elogios, boas referências e honras, inclusive contou ao pai da futura noiva o que esse bom colega havia feito por ele tempos atrás, e como o havia incentivado, comprando-lhe um delicioso bolo e uma bebida, para que decidisse permanecer naquela Yeshivá.

Nem é preciso dizer que, depois disso, o acordo matrimonial foi fechado, e para alegria de todos, o casal se casou. Voltemos ao início da história: quanto custou o bolo? Poucas moedas. E quão grande foi a recompensa que HaShem deu a esse jovem!

Agora analisemos o drama que se viveu no deserto. Seiscentas mil pessoas, entre elas jovens e idosos, além das mulheres, se reuniram para ouvir o que os mensageiros que haviam ido espiar a Terra – que já estava assegurada – tinham a dizer. Todos os viram chegar.

Oito deles carregavam um enorme cacho de uvas! Outro carregava uma romã, outro carregava com dificuldade um imenso figo. Os espiões falaram mal da Terra ao povo: É uma terra que consome seus habitantes. Vivem ali gigantes. Suas cidades são fortalezas. O povo ouviu e tremeu, sua confiança se enfraqueceu, e choraram… Os polos opostos: um pequeno pecado. Aparentemente pequeno… Por causa disso o povo sofreu muito, até hoje sofremos as consequências.

No outro extremo, uma pequena Mitzvá (Preceito), aparentemente pequena, quem pode saber a recompensa que trará?… e a quantas gerações beneficiará…

Fonte: breslev.com

terça-feira, 10 de junho de 2025

A Palestra Semanal – Behaalotechá

A Palestra Semanal – Behaalotechá

O candelabro no Grande Templo tinha sete lâmpadas, correspondendo aos sete traços primários do caráter humano…

Rabi Menachem Mendel Schneerson

O candelabro no Grande Templo tinha sete lâmpadas, correspondendo aos sete traços primários do caráter humano…



Lâmpadas e Vidas – Parashá Behaalotechá

“E D'us falou a Moshê, dizendo: ...Quando elevares as lâmpadas, as sete lâmpadas iluminarão em direção ao centro da Menorá... E esta é a obra da Menorá: era de ouro batido, desde sua base até sua flor era obra de batido...” (- Números 8:1-4) Em três ocasiões diferentes D'us instruiu Moshê (Moisés) sobre a confecção e o acendimento da Menorá (candelabro) no Grande Templo:

No capítulo 25 de Êxodo é dada uma descrição detalhada da Menorá como parte das instruções de D'us quanto à construção do Santuário. Em Levítico 24, D'us ordena a Moshê sobre seu acendimento diário [1]. Finalmente, temos os versículos acima citados de Números 8, que iniciam a seção da Torá que leva o nome de Behaalotechá.

Os versículos de Behaalotechá especificam duas leis da Menorá:

1) Que todas as suas lâmpadas devem se inclinar para seu tronco central ("o centro da Menorá"), e 2) Que a Menorá não seja feita por partes que depois sejam soldadas entre si; ao contrário, todo o candelabro por inteiro – sua base, seu tronco central, seus seis braços e formas decorativas (22 copas, 11 esferas e 9 flores), com uma altura de dezessete Tefajím ("punhos", 136 cm) e pesando um Kikár completo (aprox. 70 kg) – devia ser batido de um único e sólido bloco de ouro. Essas duas leis já haviam sido enunciadas nas passagens anteriores que detalham a Menorá. Sua repetição aqui enfatiza seu papel central na função e no significado da Menorá.

Origem e Objetivo

"A alma do homem é uma lâmpada de D'us" [2]. Como a lâmpada, a função da alma é iluminar seu entorno. A alma, "uma parte de D'us nas alturas, tal qual" [3], é colocada dentro de um mundo e corpo materiais para irradiar sua luz aos confins mais escuros da realidade criada.

O candelabro no Grande Templo tinha sete lâmpadas, correspondendo aos sete traços primários do caráter humano. Algumas almas se destacam na característica de Chésed (amor, benevolência), outras no atributo de Guevurá (autodisciplina, temor a D'us); outras exemplificam Tiféret (harmonia, compaixão), Nétzach (ambição), Hod (humildade, devoção), Yesod (comunicatividade, conectividade) ou Malchut (realeza, receptividade). Juntos, formamos uma Menorá de sete braços, irradiando sete qualidades de luz que preenchem o Templo de D'us e se espalham ao mundo além de seus muros [4].

Esse é o significado mais profundo das duas leis reiteradas nos versículos de Behaalotechá. A segunda lei enfatiza a origem única da diversa comunidade humana. Toda a Menorá deve ser batida de um único bloco de ouro, pois as sete classes de almas derivam de uma fonte única. Todas são igualmente "uma parte de D'us nas alturas, tal qual", em origem e essência uma e a mesma coisa. A primeira lei expressa o objetivo comum do acendimento da Menorá. Todas as lâmpadas se voltam para "o centro da Menorá". Mesmo depois de terem se ramificado em sete lâmpadas distintas, mesmo depois de arderem com sete chamas diferentes, todas se dirigem ao mesmo lugar. Todas anseiam pela mesma meta, apesar das diferenças na natureza e orientação de sua busca.

Duas visões do homem

Dois grandes comentaristas bíblicos, Rashi (Rabi Shlomô Itzchaki, 1040-1105) e Nachmânides (Rabi Moshê ben Nachmân, 1194-1270), diferem em sua caracterização dos versículos de Behaalotechá. Rashi chama esses versículos de Parashat HaMenorá, ou seja, "A Seção da Menorá". Nachmânides, por outro lado, vê seu propósito primário como instruções sobre como acender as lâmpadas. Em outras palavras: segundo Rashi, a razão de ser desses versículos é reiterar a segunda lei, que a Menorá deve ser "obra de batido", uma lei que diz respeito à construção e forma da própria Menorá. Segundo Nachmânides, seu principal propósito é comunicar a primeira lei, que se relaciona com a maneira como as lâmpadas da Menorá devem ser acesas.

A Menorá descreve a comunidade de almas como originando-se como uma entidade singular que depois se ramifica em sete lâmpadas que são diferentes, mas que ainda assim apontam todas para um objetivo comum. Esse quadro geral pode ser visto a partir de duas perspectivas: pode-se enfatizar a origem comum, e ver o foco comum das sete lâmpadas como expressão de sua singularidade intrínseca. Ou, pode-se enfatizar o fato de que essa Menorá singular produziu sete lâmpadas que, mesmo enquanto se esforçam rumo ao mesmo objetivo, o fazem cada uma a seu próprio modo, cada uma com sua personalidade única e distinta. Esse é o significado subjacente à diferença entre Rashi e Nachmânides. Rashi vê a vida como um exercício de unidade. A diversidade da natureza humana não passa de uma ilusão superficial; basta arranhar levemente a superfície para descobrir que, no fundo, todos estamos fazendo a mesma coisa. Essa é a mensagem da Menorá: Tenho uma base e tenho flores; tenho sete braços; mas sou de uma única peça.

Nachmânides, por sua vez, vê importância e valor intrínseco na diversidade da natureza humana. Nossas diferenças não são meros meios para um fim comum, mas um elemento central no propósito da vida. Sim, todos derivamos de um mesmo lugar; sim, todos nos esforçamos rumo ao mesmo objetivo; mas os diferentes caminhos pelos quais trilhamos essa jornada são o que compõe a Menorá da vida, e são, por si mesmos, de valor iluminador duradouro. ___

Notas:
[1] Os versículos de Levítico também aparecem, quase palavra por palavra, em Êxodo 27 (vers. 20-21). Mas como explica Rashi em seu comentário a Levítico 24:2, “Esta (isto é, os versículos de Levítico) é a seção sobre o mandamento do acendimento. A seção 'E ordenarás...' (os versículos de Êxodo) foi dita apenas como [parte das instruções com relação à] obra do Santuário, para explicar a função da Menorá”.
[2] Provérbios 20:27.
[3] Tania, cap. 2, baseado em Jó 31:2.
[4] As janelas do Santuário eram estreitas por dentro e largas por fora (I Reis 6:4. Normalmente, as janelas colocadas em muros espessos de pedra são construídas mais amplas por dentro, para aumentar ao máximo a entrada de luz vinda de fora). Isso, explicam nossos Sábios, simbolizava que o Templo não necessitava de luz externa, mas era em si mesmo uma fonte de luz para o mundo (Rashi sobre o versículo; Midrash Rabá, Levítico 31:6 e Números 15:1).

– Baseado em Likutêi Sijot, Vol. XXVIII, Págs. 60-67. Extraído do livro "O Rebe Ensina", Edit. Kehot – (Com a gentil autorização de www.tora.org.ar)

terça-feira, 3 de junho de 2025

Quem não quer ser abençoado? Todos nós queremos receber bênçãos!

Quem não quer ser abençoado? Todos nós queremos receber bênçãos!

Por: Rabino Shalom Arush

Quem não quer ser abençoado? Todos nós queremos receber bênçãos dos tzadikim (pessoas justas); e não apenas dos tzadikim — também de pais e avós, estudiosos da Torá e idosos que vêm rezar nos túmulos dos justos. "Nunca despreze a bênção de uma pessoa simples." Portanto, o pedido mais comum que um rabino recebe todos os dias é para dar uma bênção. Mas isso não é algo que se pede apenas aos rabinos; muitos judeus simples também são abordados por seus parentes ou conhecidos para uma bênção. E todo pai judeu abençoa seus filhos constantemente.




Quando lhe pedem uma bênção, qual bênção você escolhe dar? Cada pessoa que abençoa se pergunta qual conteúdo essa bênção deve conter: saúde, alegria, emuná (fé) completa? Abundância, tanto material quanto espiritual?

Tudo isso é importante. Mas se você tiver que dar apenas uma bênção curta, você quer que ela seja abrangente, forte, verdadeira e significativa; uma que possa influenciar todas as áreas da vida. Então, qual bênção você dá? O que é mais importante para você?

Se você está com dificuldade para decidir, a coisa mais simples é aprender com o próprio Hashem, bendito seja Ele: com qual bênção Ele nos abençoa? Porque "Hashem tem o prazer de abençoar Israel", e podemos ter certeza de que Ele nos abençoa com a mais importante, a mais forte, a mais valiosa e a mais influente. Qual é essa bênção?

Bênção Tudo em Um

Essa bênção é: shalom! (paz).


"O Santo, bendito seja Ele, não encontrou um vaso melhor para conter a bênção do que a paz." Porque a paz é a bênção da qual todas as outras dependem. Portanto, a última bênção da oração da Amidá, aquela que conclui e resume todas as nossas bênçãos, é "Sim shalom" – "Estabeleça a paz".

E assim, nossos Sábios, com seu ruach hakodesh (espírito santo), formularam esta bênção de Sim shalom assim: “e que seja bom aos Teus olhos abençoar a nós e a todo o Teu povo Israel com grande força e paz”. O que é bom aos olhos de Hashem? Abençoar o povo judeu com paz; que tenhamos paz.

Portanto, as palavras “Oseh shalom… Aquele que faz a paz…” concluem cada tefilá (oração), cada kaddish e cada birkat hamazon (bênção após as refeições); e também em nossa parashá, a bênção final da Birkat Cohanim (bênção sacerdotal) é: “Que Hashem… lhe conceda paz”. Aprendemos também que Hashem está disposto a ter Seu nome apagado em nome da paz.

E a paz primária da qual falamos começa em casa! Se você tem paz com todos os seus amigos, vizinhos e familiares, mas não há paz em sua própria casa, então essa “paz” não tem valor. E você certamente não experimentará felicidade ou bênção nesse estado. Toda bênção começa com a paz no lar, como ensinam nossos Sábios: o marido deve sempre honrar sua esposa, porque a bênção não reside no lar de um homem, mas por causa de sua esposa. E eles também alertaram: "Honre sua esposa para que você possa se tornar rico."

E quanto à educação dos filhos? Não há nada mais prejudicial à educação e à saúde emocional das crianças do que a falta de shlom bayit (paz conjugal); e não há nada que fortaleça seu crescimento mais do que a paz entre seus pais.

Onde está a oração?

A coisa mais grandiosa e importante do mundo é shlom bayit (paz no lar). E como os Homens da Grande Assembleia (Anshei Knesset HaGedolah) incluíram todos os pedidos e necessidades da vida na Amidá, eu me perguntei: por que não há uma oração explícita para shlom bayit na Amidá?

Nada precisa de oração tanto quanto shlom bayit, porque não é natural. Marido e mulher são opostos, e toda paz consiste na união de dois opostos — o que vai contra a natureza. E o Zohar HaKadosh diz sobre o versículo "Oseh shalom bimromav..." — "Aquele que faz a paz nas alturas" — que assim como Hashem faz a paz no céu entre os anjos do fogo e os anjos da água — isto é, alterando as leis da natureza — assim também Ele fará a paz entre nós. Porque a paz entre marido e mulher, e a paz entre os membros do povo de Israel, é uma mudança nas leis naturais.

E somente a oração pode mudar a natureza, como Rabbeinu escreve em vários lugares. Portanto, não pode haver verdadeiro shlom bayit sem muita oração. Então, por que não há uma oração explícita para isso na Amidá?

E ainda mais em nossa geração, onde a necessidade é ainda maior. Também vemos o flagelo do divórcio e as enormes dificuldades em encontrar um parceiro. É uma epidemia, mesmo entre casais que vivem juntos há anos. E, em geral, mesmo que alguém sinta que tem shlom bayit e que tudo está bem em casa, se rezar com mais intenção, verá que sua paz no lar melhora drasticamente. Realmente não há limite para o nível que o shlom bayit pode alcançar — a alegria, o amor, a Shechiná (Presença Divina) e as bênçãos que podem ser alcançadas.

Fonte: breslev.com


quinta-feira, 29 de maio de 2025

Bamidbar – O Incrível Milagre

Em um estado de imenso desespero, ela começou a pedir a HaShem — o Único que poderia ajudá-la — uma solução para este problema, mesmo sabendo que era impossível resolvê-lo...

Maor HaShabát



Em um estado de imenso desespero, ela começou a pedir a HaShem – o Único que poderia ajudá-la – uma solução para este problema, mesmo sabendo que era impossível resolvê-lo…

O incrível milagre

“Façam um recenseamento de toda a congregação de Israel…” (Números 1:2)

Por que HaShem contou o povo de Israel em tantas ocasiões? Quando eles saíram do Egito, depois do episódio do bezerro de ouro, quando construíram o Mishkan (Tabernáculo), no primeiro dia do mês hebraico de Iyar… Será que HaShem precisava contá-los para saber quantos eram?

Rashi explica: Porque HaShem ama tanto o Povo de Israel que Ele os conta repetidas vezes. Como alguém que possui um tesouro e não se cansa de contar e contemplar cada um dos seus pedaços, valorizando-os do menor ao maior, pois todos são valiosos.

Da mesma forma, não há diferenças aos olhos de HaShem; somos todos iguais, somos todos parte do Seu tesouro, independentemente da nossa posição, posição social ou QI. Nem mesmo nosso nível espiritual conta quando se trata de monitorar cada movimento nosso. Isso aconteceu bem recentemente, no começo do ano letivo, já que a pessoa que nos contou a história é professora, e tudo aconteceu quando ela precisava de certas músicas — para tocar com as crianças — que eram difíceis de encontrar na área dela.

Depois de muito pedir e procurar, ela generosamente conseguiu que alguém lhe emprestasse um CD contendo as músicas que ela precisava, mas não sem antes lhe dar inúmeras recomendações sobre como cuidar dele e devolvê-lo imediatamente.

Feliz por ter obtido o material necessário, ele voltou para casa, jantou e foi dormir com a tranquilidade de ter alcançado seu objetivo. Na manhã seguinte, ela acordou ansiosa para terminar o trabalho que tinha que fazer e foi apressadamente procurar o CD para ouvir. Ao abrir a bolsa onde o guardava cuidadosamente, ela congelou, não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo, ela havia sido a depositária de um tesouro precioso que havia sido confiado aos seus cuidados e lá estava ele, quebrado em duas partes.

Angustiado, ele exclamou: "Não pode ser verdade! Estou sonhando!!! Isso não pode estar acontecendo comigo!!!!!" Ele tentou negar juntando os CDs e colocando-os no aparelho de som.

O que você acha que aconteceu? Como você pode imaginar, um indicador de erro apareceu na tela do computador. Com Bitajón (confiança absoluta no Criador), ele insistiu uma e outra vez, mas o resultado foi o mesmo: ERRO.

De repente, percebi que isso estava acontecendo com ela e não parecia haver solução alguma. Em um estado de imenso desespero, ela começou a pedir a HaShem – o Único que poderia ajudá-la – que lhe desse uma solução para esse problema, mesmo sabendo que não era possível, de acordo com a natureza, resolvê-lo.

Sem saber porquê, ele juntou os pedaços do CD e os colocou de volta no computador. Ele apertou a tecla Play várias vezes e o resultado foi o mesmo: ERRO, ERRO, ERRO, até que finalmente, na última tentativa, para sua surpresa, o equipamento começou a vibrar e se mover estranhamente.

A jovem pensou naquele momento: ah, isso vai explodir...!!! Ele vai quebrar e vou ter dois problemas, um com o CD e outro com meu pai. Então tentei desligá-lo, mas antes que pudesse, uma doce melodia encheu o ambiente. Como isso poderia ser? Era impossível acreditar no que estava acontecendo? Ainda sem conseguir entender o que estava acontecendo, ela pegou o CD e saiu correndo de casa procurando um lugar onde pudessem copiá-lo para uma pessoa saudável.

Perguntamos novamente: O que você acha que aconteceu? Em todas as lojas especializadas, encontrei a mesma resposta: "Não, querida, é impossível um CD dividido em dois funcionar..."

– “Garanto-lhe, senhor, que acabei de testar no meu mini-componente doméstico e funcionou perfeitamente, não estou mentindo.”

– “Sim, sim, está bem, vamos, vamos, não somos mágicos aqui e não acreditamos em milagres.

Mas ela não desistiu, foi de um lugar para outro sem o menor sucesso, até que finalmente, quando estava prestes a desistir, se viu diante de um lugar onde normalmente não entraria. A aparência física era desagradável e as pessoas que o atendiam eram ainda piores. Mas que escolha havia? Talvez eles lhe dessem a solução ali. Uno forças e entro.

Ela repetiu sua história para a pessoa que a ajudou, que gentilmente lhe deu a mesma resposta que todos os outros lhe deram, mas quando ela insistiu, ele finalmente respondeu: “OK, farei o teste, mas já te aviso que se a máquina quebrar, você terá que pagar por isso.” Sem pensar no custo, que certamente não seria menor se o equipamento quebrasse, nosso protagonista aceitou.

O homem colocou o aparelho no lugar e, assim como aconteceu na casa da jovem, o aparelho começou a tremer violentamente e então a música começou a tocar.

O dono do estabelecimento empalideceu e, dando um passo para trás, exclamou: Trabalho neste negócio há 12 anos. Sou especialista em eletrônica e garanto que é completamente impossível um CD dividido em dois funcionar...

Recuperando-se do espanto, ele copiou o documento para um novo, como a jovem havia pedido.

A história que contamos hoje a ouvimos diretamente de seu protagonista, que não é exatamente um grande líder espiritual de nossa geração, nem mesmo um rabino de destaque, nem os fatos ocorreram em um lugar distante e misterioso, nem na antiguidade remota, mas sim aconteceu na Argentina e nosso protagonista é um jovem morador da cidade de Lanús que nos emocionou ao nos contar esta linda história. Milagres não acontecem apenas com grandes sábios ou pessoas especiais. HaShem está nas pequenas coisas, nas coisas cotidianas, nas coisas diárias. Está lá onde não procuraríamos, onde achamos que podemos nos consertar, nas coisas mais minúsculas e íntimas que acontecem a cada um de nós. Ali é possível ver, tocar a enorme grandeza de HaShem que encontra cada um de nós em particular.

Lembremo-nos: Muitas vezes pensamos que devemos recorrer a Ele somente em situações sérias, e não nas pequenas coisas da vida cotidiana. Contudo, Ele sempre nos ouve, não importa a circunstância. Nada é impossível para Ele, Ele só precisa que derramemos nossos corações por meio de orações e entrega. Não desperdicemos o tesouro que possuímos… mesmo que pensemos que somos apenas uma pessoa.

– Retirado de Maor HaShabát, da comunidade Ahabat Achim, Lanús, Argentina. Editor responsável: Eliahu Saiegh – (Gentileza de www.tora.org.ar)

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Os olhos abençoados de Rute

Os olhos abençoados de Rute



Ouça este artigo:
No Livro de Rute é descrito como Rute acompanhou sua sogra Noemi, que retornou à Terra de Israel, ambas viúvas e pobres.

Rabino Shalom Arush

Rute, a moabita, era uma mulher muito magnânima (ver Zohar, Vaiakel). Por onde passava ele deixava sua benção. Antes de começarmos nossa história, deixe-me explicar os três preceitos da Torá que dizem respeito à colheita do trigo: leket, shichecha e peah (os fragmentos reunidos, os feixes esquecidos e a porção não cortada).

Leket – Quando os talos de trigo são cortados e amarrados, alguns talos escorregam das mãos ou dos feixes e caem no chão. É proibido colher esses caules e eles devem ser deixados para os pobres.

Shichecha – No final do dia, depois que todos os feixes do campo forem recolhidos, o fazendeiro ou seus funcionários não devem recolher aqueles feixes esquecidos no campo.

Peá – O agricultor deve deixar uma faixa do campo não colhida para caridade em prol dos pobres, que então podem colher esses grãos para si próprios.

O Livro de Rute descreve como Rute acompanhou sua sogra Noemi, que retornou à Terra de Israel, ambas viúvas e pobres. Rute foi colher trigo com outras pessoas pobres e, por meio da supervisão divina, chegou ao campo de Boaz, que era um homem sábio e distinto da tribo de Judá e também parente do falecido marido de Noemi. Boaz percebeu que Rute era uma jovem muito modesta e de caráter nobre. Rute não olhava para nada, exceto para o que estava bem na sua frente, e não prestava atenção nos outros ou no que eles estavam fazendo.

Nossos Sábios explicam que olhar apenas para o que está ao nosso lado é um sinal de humildade. Rute ficou contente com as poucas espigas de trigo que Hashem lhe deu no campo de Boaz. Seus olhos não eram como uma torre de tanque olhando em todas as direções, tentando ver quanto trigo cada pessoa estava coletando ou se mais poderia ser coletado no campo de um vizinho. Rute não levantou os olhos mais do que quatro côvados (pouco mais de um metro e meio).

O bisneto de Rute, o Rei Davi, disse algo semelhante: "Hashem, meu coração não era altivo (literalmente, "altivo") e meus olhos não eram altivos (literalmente, "elevados") (Salmo 131:1). O Midrash explica que o Rei Davi manteve sua humildade mesmo quando o Profeta Samuel o ungiu rei e que ele não se tornou orgulhoso mesmo quando matou o poderoso Golias (ver Bamidbar Rabá, capítulo 4). Ele herdou seu caráter excepcional de sua bisavó Rute.

A arrogância, ou olhos “altivos”, surgem da heresia, da falta de fé na Supervisão Divina que Hashem fornece a cada indivíduo exatamente de acordo com o que essa pessoa precisa. A pessoa arrogante nunca está satisfeita com o que tem e sempre quer mais. Ele sempre sente que está perdendo alguma coisa e está sempre olhando o que os outros estão fazendo.

Os justos, como nosso patriarca Abraão, nunca olham para cima, a menos que se trate de algo relacionado ao serviço de Hashem.

Boaz também observou que Rute era uma jovem muito generosa, tímida e refinada, delicada e sem o menor traço de vergonha. Ela também era extremamente modesta, exatamente o oposto de mulheres indecentes, que tendem a ser extremamente descaradas.

Boaz disse a Rute: “Olhe para o campo” (Rute 2:9) – fique no meu campo, pois a sua magnanimidade e os seus olhos bondosos trazem bênçãos por onde você passa. O Zohar diz que os "bons olhos" de Rute trouxeram uma bênção milagrosa para Boaz, porque onde quer que ela colhesse trigo, naquele mesmo lugar o campo produzia cada vez mais. Rute nos mostra como uma pessoa de origem espiritual baixa pode alcançar as maiores alturas espirituais se fortalecer sua emuná e fizer o esforço necessário. Não foi à toa que ela se tornou bisavó do Rei Davi, o ungido de Hashem. E isso é muito significativo porque Shavuot também é o aniversário da morte do Rei Davi e também, porque é o dia em que recebemos a Torá, é o aniversário do Povo de Israel. Vemos então o relacionamento próximo entre o Rei Davi e a nação que ele lidera. Que tenhamos o mérito de ver o Messias e a reconstrução do nosso Santo Templo em Jerusalém muito em breve, em nossos dias. Amém!

Fonte: breslev.com

Traduzido com AI (Espanhol - Português).

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Parashá – Behar-Bejukotay

A greve foi geral e reuniu todos os setores. Não foi uma greve de 24 horas, durou um ano inteiro!… Rabino Yosef Meta

Ouça este artigo:


Parashá Behar-Beyukotay



A greve foi geral e reuniu todos os setores. Não foi uma greve de 24 horas, durou um ano inteiro!…

Nossa Parashá nos fala sobre conceitos muito importantes e profundos, como ser, como negociar, como deve ser o relacionamento entre empregador e empregado, o relacionamento com nossos semelhantes, etc. Escolhemos um tema básico, que acreditamos ser a base para os outros. O tópico a ser discutido é "Shemitah" , que significa "Ano Sabático".

A greve foi geral e reuniu todos os setores. Não foi uma greve de 24 horas, durou um ano inteiro! (354 dias, de acordo com o ano lunar) Não houve negociações entre empregadores e trabalhadores, nem houve reclamações, nem pedidos de aumento salarial, ou melhores condições, ou pagamento de licença médica, ou qualquer coisa parecida com as greves gerais do nosso tempo.

No final do ano, os trabalhadores retornaram aos seus empregos pacificamente, sem necessidade de conciliação ou tensão, e até a produção aumentou, apesar de não terem recebido pagamento naquele ano de greve geral.

– Então, qual é o objetivo da Greve Geral?

– Porque é um Preceito Divino que devemos parar, como está escrito em Levítico 25:2-7. "Quando entrardes na terra... guardareis um dia de Shabat, consagrado a D'us. Seis anos semeareis o vosso campo, e seis anos podareis a vossa vinha... e no sétimo ano será dia de Shabat... não semeareis o vosso campo, nem podareis a vossa vinha... e o fruto que crescer livremente servirá de alimento para vós, para os vossos servos e servas, para os vossos trabalhadores e para os estrangeiros que peregrinam convosco. E para os vossos animais... que estão na vossa terra, tudo o que crescer servirá de alimento."

Se examinarmos essas leis juntamente com os detalhes práticos que a Torá Oral nos dá sobre este Preceito, descobriremos a mensagem oculta deste Preceito que renova a sociedade.

Vamos usar nossa imaginação e pensar em uma sociedade que observasse o Ano Sabático, e veremos que por seis anos vivemos com uma economia crescente, trabalhando para ganhar a vida e buscando incansavelmente dinheiro e status social. A riqueza natural – agricultura – foi desenvolvida. Os campos foram semeados e lucros interessantes foram obtidos com a colheita. Obviamente, tudo era governado pela oferta e procura, pelos movimentos do mercado e pelas flutuações de preços, com algum truque ocasional, que era benéfico para os negócios, mas prejudicial para a alma. Esse modo de vida provoca nos cidadãos a necessidade interna de ter dinheiro, propriedades e outros bens. Um pouco mais e um pouco mais... Era um país completamente "normal", com uma escala de valores voltada para o nível econômico e, portanto, social, juntamente com a cultura do "quero mais", trouxe o sentimento de discriminação e as lutas das diferentes classes até a própria destruição.

E nessa vida tumultuada – de repente veio a mudança. Quando chega o sétimo ano, todo o sistema para e toda a Terra descansa. Não foi uma demissão, mas uma greve geral de um ano. A situação está se tornando antieconômica.

E vamos ver os resultados: um decreto espiritual nos impede de trabalhar a terra, lucrar com nossas posses ou armazenar nossos produtos. Um ano olhando para seus bens, como se não fossem seus. O uso de recursos naturais para benefício pessoal é interrompido. Essa nova realidade lhes ensina que até então eles eram escravos da cultura consumista que quer sempre mais, criada pela busca desmedida por aquisições materiais. A interrupção temporária disto melhora a visão das coisas e permite ao homem retornar ao equilíbrio. Até o campo que repousa proclama que também tem seu valor, que não depende somente do homem. O homem não é dono de tudo, ele pode fazer o que quiser com o campo. Isto seria o que aquele que respeita Shemitah aprende na terra de Shemitah .

Mas vamos olhar mais adiante. “…e o fruto que crescer espontaneamente servirá de alimento para você, para o seu servo e para a sua serva, para o seu trabalhador contratado e para os estrangeiros que vivem com você.” Esta ordem remove os limites da propriedade privada por um ano. O capitalismo como ideal sofre um duro golpe, porque esta ordem me diz que meus campos se tornarão terra de ninguém por um ano, e devo deixar quem quiser, meus empregados, vizinhos, pessoas pobres, etc., vir e pegar os frutos da minha propriedade, sem minha permissão, (porque até mesmo o direito de dar permissão é tirado de mim). Os campos e as árvores estão abandonados.

É assim que essa inclinação ao "poder" (que parece ser o principal objetivo da sociedade) se inverte e captura a mensagem trazida por essa ordem de abandonar a terra. Dessa forma exercitamos o nosso coração, para entender que as posses não são valores em si. Um ano me fará sentir essa realidade, para que pelos próximos seis anos eu não seja mais escravo do dinheiro.

Mas esta ordem também traz outra mensagem: a mensagem de igualdade total para todos os cidadãos do país. Esta ordem finalmente destrói todas as divisões de classe. Os campos estão abertos a todos igualmente, proprietários e funcionários no mesmo nível, os pobres convivem com a "classe alta" que vive em áreas residenciais, todos eles reunindo os alimentos deste ano, todos juntos. E é um sentimento muito profundo de igualdade, que certamente permanecerá com eles mesmo quando retornarem ao sistema econômico da vida no oitavo ano!!

Se olharmos ainda mais fundo, veremos que os animais também estão em pé de igualdade, como diz o versículo: "Para os vossos animais... que estão na vossa terra, tudo o que for produzido servirá de alimento." Diante de D'us somos todos iguais, até mesmo os animais.

Maimônides escreveu: "Os frutos do sétimo ano só são comidos quando ainda há algumas daquelas espécies no campo, como está escrito: Para os teus animais... que estão na tua terra, tudo o que produz servirá de alimento." Enquanto os animais comem no campo, você pode comer o que tem em casa. "Se estiver acabado no campo para os animais, você deve exterminar esse fruto de sua casa" (Maimônides , Leis de Shemitá, João 7:1 ).

Este ano você não poderá comer e ficar satisfeito se os animais não puderem comer tão bem quanto você. A igualdade é total porque há uma coisa em comum: todos fomos criados por D'us. No ano não econômico, a venda de frutas cultivadas no sétimo ano também é proibida (ibid. 6:1).

Durante um ano inteiro, as frutas são destinadas apenas ao consumo, sem qualquer interferência do comércio. Durante um ano inteiro, o ano sabático lembra ao judeu, em linguagem clara, que D'us não faz brotar frutos para que os especuladores do mercado possam enriquecer com eles; Ele faz brotar "pão" da terra. "Pão" para alimentar os seres vivos, É "pão" e não mercadoria. O resto da terra nos traz de volta ao ponto de partida.

Este é o projeto antieconômico de Shemitah , que cura e reconstrói a integridade moral do homem. Este projeto corta as ambições de "poder" e "quero mais" que destroem a sociedade. Rever este projeto pelo menos a cada sete anos provavelmente corrigirá os desvios do homem e o trará de volta aos valores morais autênticos de tempos em tempos.

(Com a gentil permissão de www.tora.org.ar )

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Shavuot – O Livro de Rute

Nossos sábios oferecem muitas razões para explicar por que a Megilá de Rute é lida em Shavuot...

Por que o Livro de Rute é lido em Shavuot?


A Megilá de Rute é lida em Shavuot e a bênção para a leitura da Megilá é recitada . Há quem o leia sem bênção. Nossos sábios oferecem muitas razões para explicar por que a Megilá de Rute é lida em Shavuot.

1) A ação ocorre no momento da colheita da cevada e Shavuot é o momento dessa colheita.

2) Nossos ancestrais só receberam a Torá, a aliança, por meio da circuncisão, do banho ritual e do derramamento de sangue. Da mesma forma, Rute foi convertida. Nossos sábios observam que se Ruth for lida em Shavuot, no momento em que recebemos a Torá, é para salientar que a Torá só foi recebida por meio de sofrimento e pobreza. “A Torá disse a D'us: “Se os ricos me estudarem, eles ficarão orgulhosos. Mas quando os pobres me observam e percebem que estão famintos e abatidos, eles não se exaltam.” Fora de Israel, a Megilá de Rute é lida no segundo dia de Shavuot, que equivale ao 7º dia de Sivan, o dia em que a Torá essencial nos foi dada.

3) Somente quem se contenta com pouco pode transmitir a Torá. Este é o sinal da colheita da cevada. Rute, que tinha bastante cevada, o pão dos pobres, teve como descendente o rei Salomão, que transmitiu a Torá com sua sabedoria.

4) Não se deve deixar a terra de Israel como Elimeleque fez. A única circunstância em que isso é permitido é quando se vai estudar Torá.

5) Não se deve separar da Torá por nenhuma razão, seja pobreza, estresse, necessidade de mudança ou tempos de aflição no mundo, pois Rute passou por todos esses problemas e, apesar disso, permaneceu apegada à Torá.

6) Mesmo que uma pessoa não cresça com a Torá e passe sua infância e juventude em frivolidades mundanas, ela pode retornar à Torá e abrir um novo capítulo. Rute tinha quarenta anos quando adotou a Torá como seu modo de vida. Talvez tenha sido seu exemplo que inspirou o rabino Akibá a começar a estudar a Torá na mesma idade.

7) Se uma pessoa deseja estudar a Torá, ela não deve fazê-lo com a ideia de alcançar honra e grandeza, uma vez que Rute se apegou a Noemi apesar de sua situação e no final obteve honra neste mundo e recompensa no Mundo Vindouro. Como Boaz lhe disse: “Que Deus o recompense por suas ações neste mundo, e que sua recompensa seja completa no Mundo Vindouro.”

8) A Megilá ensina que tal é a intensidade da luz da Torá que aqueles que se convertem abandonam suas vaidades mundanas e se apegam à terra de Israel, como Rute fez. Isso nos mostra até que ponto devemos honrar a Torá e nos esforçar para cumprir escrupulosamente todos os seus preceitos.

9) O homem só pode considerar-se aderido à Torá se aceitar firmemente a possibilidade de morrer por Ela, assim como Rute fez quando disse a Noemi: “Se você morrer, eu também morrerei”. Com essas palavras ele provou que havia concordado em morrer pela Torá.

10) Não se deve menosprezar aquele que se converte, pois Rabi Akibá, que era descendente de convertidos, era digno de ter a Torá dada por meio dele se Moisés não o tivesse precedido. Quando Moisés ascendeu ao Céu e viu Rabi Akibá, ele exclamou: “Vocês têm um homem como este e me usam para entregar a Torá?”

11) Todos devem estudar a Torá, tanto ricos quanto pobres, pois Boaz era rico e também o maior estudioso da Torá de sua geração. Foi assim que nossos sábios explicaram o versículo: “Boaz comeu e bebeu, e seu coração se encheu” [com o estudo da Torá] (3:7). Boaz também superou sua inclinação maligna. Aprendemos com Rute que, apesar de sua grande pobreza, ela observava o preceito de recolher espigas, como veremos mais tarde. Ela também era pura e modesta, apesar de sua grande beleza.

12) Mulheres justas são iguais aos homens justos, pois embora as mulheres não sejam obrigadas a estudar a Torá, elas podem atingir um alto nível espiritual, como Rute provou quando um de seus descendentes se tornou rei de Israel.

13) Em Shavuot, a contagem dos dias do Omer é concluída, o que é um tempo de din , julgamento rigoroso. Neste dia, lemos a Megilá para nos inspirar a fazer caridade e para nos proteger do Atributo da Justiça ( Din ).

14) Através da Torá, mereceremos a Redenção. Portanto, lemos a Megilá para nos inspirar a estudar a Torá. Portanto, nosso Messias virá em breve, dos descendentes de Rute.

15) O bisneto de Rute, Davi, é comparado a Moisés, o maior dos profetas. Moisés tirou Israel do Egito, e Davi salvou Israel de ser dominado pelas nações. Moisés separou o mar e Davi os rios. Moisés deu a Israel cinco livros da Torá e a Davi cinco livros de Salmos. Portanto, no Shavuot, o dia da entrega da Torá, lemos o livro dos Salmos.

16) Nossos sábios explicam que existem dois tipos de fome; de pão e Torá. O versículo “aconteceu nos dias do julgamento dos juízes” é uma indicação de que o estudo da Torá estava em declínio, e é seguido por “havia fome na terra”. Por isso, o Livro de Rute é lido durante o período da colheita para nos lembrar que o estudo da Torá é um requisito para a prosperidade.

17) Rute foi purificada e testada por seus sofrimentos durante as sete semanas desde o tempo da colheita até Shavuot, assim como Israel foi até a entrega da Torá.

18) Sendo este o tempo da colheita, a leitura de Rute deve levar-nos a observar os preceitos da caridade para com os pobres, porque através deste mandamento brilhará a luz do Messias. 19) Ruth é lida em Shavuot, o dia da entrega da Torá. Portanto, é preciso também ler os livros da Torá, dos profetas e dos hagiógrafos.

20) A história do casamento de Rute e Boaz atesta a autenticidade da Torá Oral dada a Moisés no Sinai. A legitimidade de Davi e do Messias depende da distinção haláchica “um moabita, não um moabita”, que é uma tradição oral que não foi registrada nas Escrituras.

–Seleção retirada do livro “Meam Loez, O Livro de Rute”, © Moznaim Publishing Corporation – (Com a gentil permissão de www.tora.org.ar )


israel_flag Salmo 128:5 e 6: "De fato, assim será abençoado o homem que teme a Hashem. Que Hashem te abençoe desde Sião; que você veja a bondade de Jerusalém todos os dias da sua vida. Que vocês, filhos de seus filhos, vejam a paz sobre Israel." israel_flag