Quando realizamos um ato bom, ainda que às vezes não coloquemos nele todo o nosso ser nem todo o nosso esforço, D'us lembra de cada detalhe…
Maór HaShabat
Quando realizamos um ato bom, ainda que às vezes não coloquemos nele todo o nosso ser nem todo o nosso esforço, D'us lembra de cada detalhe…
Pequenos Grandes Atos
Devemos saber que, quando realizamos um ato bom, ainda que às vezes não coloquemos nele todo o nosso ser nem todo o nosso esforço, D'us lembra de cada detalhe, até mesmo o pensamento que o motivou, quando chega o momento da recompensa – e Ele o faz em dobro – a tal ponto que às vezes nos parece que a recompensa recebida não corresponde nem é equivalente ao ato realizado.
Um jovem ingressou em uma Yeshivá para continuar seus estudos de Torá. Tratava-se de, como as pessoas costumam chamar esse tipo de personalidade, "um menino mimado". Suas qualidades – ou a falta delas – impediam-no de se adaptar às regras da Yeshivá, e por mais que tentasse, não conseguia encontrar seu lugar. Seus pais haviam feito um grande esforço para enviá-lo para lá, e ele realmente queria agradá-los, mas seu coração lhe dizia que era inútil continuar tentando, até que finalmente decidiu abandonar a Yeshivá.
Já havia feito as malas e estava prestes a ir embora, quando um mal-estar repentino o fez procurar a enfermaria. Lá lhe informaram que era apenas uma gripe simples, mas como estava com muita febre, deveria permanecer, pelo menos, dois dias em repouso para se recuperar. Um dos alunos mais velhos, que o observava desde sua chegada e percebia a angústia em seu coração, sentiu pena dele e pensou em fazer algo para confortá-lo. Quem sabe, talvez aquele colega o lembrasse dos próprios começos na Yeshivá. Desceu à rua, procurou um quiosque e comprou-lhe um bolo e uma bebida. Para os custos daquela época, poucas moedas foram suficientes. Voltou à Yeshivá, entrou no quarto do doente e, com um sorriso amigável, ofereceu-lhe o que havia comprado. O gesto foi aceito pelo jovem com muito apreço. De repente, ele entendeu que tinha amigos ali, que alguém se importava com ele, e isso o motivou a ficar e tentar novamente se adaptar.
Durante anos, estudou naquela Yeshivá, alcançando um nível muito elevado em Torá, tornando-se um Talmid Jajam (erudito da Torá). Um dia, enquanto fazia uma pausa nos estudos, aproximou-se uma pessoa perguntando se conhecia o jovem "tal e tal", pois precisava de referências dele, já que estavam considerando apresentá-lo à sua filha.
Tratava-se do aluno que lhe havia comprado o bolo e a bebida e que, com sua atitude, havia mudado sua vida. Ao ouvir seu nome, é claro, encheu a boca de elogios, boas referências e honras, inclusive contou ao pai da futura noiva o que esse bom colega havia feito por ele tempos atrás, e como o havia incentivado, comprando-lhe um delicioso bolo e uma bebida, para que decidisse permanecer naquela Yeshivá.
Nem é preciso dizer que, depois disso, o acordo matrimonial foi fechado, e para alegria de todos, o casal se casou. Voltemos ao início da história: quanto custou o bolo? Poucas moedas. E quão grande foi a recompensa que HaShem deu a esse jovem!
Agora analisemos o drama que se viveu no deserto. Seiscentas mil pessoas, entre elas jovens e idosos, além das mulheres, se reuniram para ouvir o que os mensageiros que haviam ido espiar a Terra – que já estava assegurada – tinham a dizer. Todos os viram chegar.
Oito deles carregavam um enorme cacho de uvas! Outro carregava uma romã, outro carregava com dificuldade um imenso figo. Os espiões falaram mal da Terra ao povo: É uma terra que consome seus habitantes. Vivem ali gigantes. Suas cidades são fortalezas. O povo ouviu e tremeu, sua confiança se enfraqueceu, e choraram… Os polos opostos: um pequeno pecado. Aparentemente pequeno… Por causa disso o povo sofreu muito, até hoje sofremos as consequências.
No outro extremo, uma pequena Mitzvá (Preceito), aparentemente pequena, quem pode saber a recompensa que trará?… e a quantas gerações beneficiará…
Fonte: breslev.com