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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Tudo é para o bem e tudo vem de Hashem!

Miketz – Tudo é Para o Bem!

Justamente os problemas que os irmãos de Yosef enfrentavam os levaram a pensar: “Que pecado teremos cometido?” Após uma introspecção, encontraram um...

Tudo o que HaShem faz é para o nosso bem.

É muito conhecida a narrativa que conta a história de Yosef e seus irmãos. Eles o venderam como escravo e, após vinte e dois anos, voltaram a se encontrar. Quando os irmãos foram comprar trigo, não o reconheceram — não perceberam que se tratava de Yosef. No momento em que notaram que o governador lhes falava com dureza e os colocava na prisão, disseram: “Somos culpados por causa de nosso irmão; ele nos suplicava que tivéssemos misericórdia dele, mas não tivemos piedade.”

Em outras palavras: quando os irmãos de Yosef perceberam todas as dificuldades que estavam enfrentando, não as atribuíram ao acaso, mas procuraram onde estava a falha. E não encontraram outro pecado senão o de não terem tido piedade de seu irmão.

Se prestarmos atenção, veremos que eles não se arrependeram especificamente por tê-lo vendido, pois consideravam que assim deveriam agir com Yosef — classificaram-no como um “perseguidor”. Sentiam-se aflitos por não terem demonstrado compaixão naquele momento.

No entanto, Reuven não concordava com a postura dos irmãos. Ele argumentava: “Seu sangue está clamando! Certamente, ele morreu em sua escravidão.” Para Reuven, não se tratava apenas de falta de compaixão: “Vocês pecaram ao vendê-lo!”

Devemos levar em conta o que está escrito na Guemará: “Todo aquele a quem D'us ama, Ele faz sofrer. As dificuldades que D'us nos envia são para expiar nossos pecados.” Justamente os problemas que os irmãos de Yosef enfrentavam os levaram a pensar: “Que pecado teremos cometido?” Após uma introspecção, encontraram um único pecado: a venda de Yosef.

Há um exemplo que pode ser relacionado a este tema. Conta-se que, em certa cidade, governava um senhor muito bondoso. Como administrador das terras e propriedades, permitia que os trabalhadores vivessem pagando aluguéis muito baixos. Por exemplo: onde o aluguel era de R$300, ele cobrava apenas R$100. Agia assim com todos os seus empregados — era a única forma de garantir que vivessem com dignidade.

Um de seus trabalhadores era extremamente pobre; mal conseguia sustentar a si mesmo e à sua família. Com esse empregado, o governador era ainda mais compassivo: em vez de cobrar R$100, como dos demais, cobrava-lhe apenas R$50.

Após certo tempo, esse governador precisou deixar seu cargo, e em seu lugar assumiu outro, totalmente diferente — um homem pouco compreensivo e muito materialista, que não reduzia nem um centavo do valor devido. Os trabalhadores rogavam-lhe que fosse mais flexível, mas ele não atendia a nenhum pedido.

Quando o empregado mais pobre se aproximou para falar com o novo governador, explicou-lhe que seria impossível pagar a quantia exigida. O governador então lhe disse que, por cada real que não pudesse pagar, receberia um chicotada.

Não houve mês em que esse pobre trabalhador não recebesse várias chicotadas por sua dívida. Quando o mandato desse governador terminou, o governador anterior retornou ao cargo. Então, o trabalhador foi até ele e contou tudo o que havia sofrido.

O governador pediu ao empregado que lhe dissesse quantas chicotadas havia recebido e, por cada uma delas, concedeu-lhe uma fortuna. O trabalhador voltou para casa muito feliz com a recompensa recebida. Depois de um tempo, sua esposa notou que ele parecia preocupado e perguntou: “O que há com você?” Ele respondeu: “Ah, que pena não ter recebido mais chicotadas!”

Se refletirmos sobre essa história, perceberemos que, de acordo com o exposto, quando enfrentamos dificuldades devemos saber que tudo acontece por algum motivo, que, se HaShem deseja que algo ocorra, é para o nosso bem, e que certamente receberemos uma recompensa por esse sofrimento.

Qual era a intenção de Yosef? Por que causou tantos problemas aos irmãos? Yosef queria que seus sonhos se cumprissem em todos os detalhes, para que não precisassem ser realizados depois de forma mais severa.

De acordo com o Rambam (Maimônides), sobre o versículo “E Yosef lembrou-se dos sonhos”, Yosef agia contra sua própria vontade — chorava e lavava o rosto para que ninguém percebesse. Ele se continha, mas tinha algo muito claro: essa atitude serviria como expiação para seus irmãos pelo que haviam feito.

Segundo a perspectiva judaica, tudo o que HaShem faz é para o bem.

Redação Breslev Israel

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