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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Tzedaká – Caridade / Justiça Social

Nossos Sábios ensinam: Se você vê que seu sustento é muito limitado, dê tzedaká! E muito mais se você conta com um sustento suficiente.

Grupo Breslev Israel

Nossos Sábios ensinam: Se você vê que seu sustento é muito limitado, dê tzedaká! E muito mais se você conta com um sustento suficiente. É como duas ovelhas, uma tosquiada e a outra não, que querem atravessar o rio: a tosquiada não tem problemas para cruzá-lo, mas a outra se afoga quando sua lã se enche de água (Guuitín 7a).

Rabi Nachman ensina: Todos os começos são difíceis… Assim como a mulher que está dando à luz deve sofrer as dores do parto antes de trazer seu filho ao mundo, do mesmo modo, para tudo o que desejamos conquistar — gerar e criar — primeiro devemos sofrer as “dores de parto”. A parte mais difícil é fazer a abertura, o começo. A tzedaká é chamada de “abertura”. É a primeira abertura, aquela que alarga todas as brechas e abre todas as outras portas; a que cria oportunidades (Likutei Moharán II 4:2).

Não é fácil começar a dar tzedaká. E especialmente se por natureza somos avarentos ou se em nossa personalidade existem traços de dureza. O verdadeiro trabalho consiste em quebrar nossa crueldade inerente, convertendo-a em compaixão. Isso é expresso pelo versículo: “E Eu ordenei aos corvos que o sustentassem”. Embora por natureza o corvo seja cruel, ele se transformou em compaixão para sustentar o profeta Eliyahu. Do mesmo modo, todo aquele que dá tzedaká por sua generosidade inata, independentemente da quantidade, precisa passar por essa etapa preliminar de quebrar qualquer vestígio de crueldade que possa possuir, convertendo-o em compaixão.

Rabi Natan escreve em Likutei Halachot que, quando vemos outra pessoa morrendo de fome, certamente despertamos compaixão para ajudá-la. Claro que isso é uma mitzvá e devemos fazê-lo, mas também existe um nível muito mais elevado de dar tzedaká. Mesmo aquele que por natureza possui um coração generoso deve passar por essa etapa quando começa a dar além da sua tendência compassiva. Quando ele supera sua tendência inata, entendendo onde termina sua compaixão e onde começa sua crueldade, deve converter essa crueldade em compaixão e dar tzedaká. Se não fizer isso, então se considera que ainda não começou a trabalhar o tema da tzedaká. Cada um tem um ponto em que diz: “Daqui eu não passo” — este ponto de “crueldade” é o que deve se esforçar para quebrar.

Ao nos forçarmos a dar tzedaká, estamos mudando nossa própria essência, o que nos permite aproximar-nos de nosso Criador e, ao fazê-lo, trazer ao mundo as bênçãos de Deus.

É importante lembrarmos que, além de sermos escrupulosamente honestos em nossos negócios, também nos é exigido compartilhar nossas bênçãos com aqueles que têm menos do que nós. Isso se realiza dando tzedaká.

Quanta tzedaká devemos dar?

Certa vez, um chassid muito rico foi ver o Maguid de Mezritch, anunciando que, em seu grande desejo de se aproximar de Deus, havia feito um voto de jejuar e mortificar seu corpo.

Então o Maguid o tomou pela lapela e ordenou: “Você deve comer peixe e carne todos os dias”.

Depois que o rico se foi, os discípulos do Maguid lhe perguntaram: “O que há de errado em esse milionário sofrer um pouco?”.

O Maguid respondeu: “Se ele come peixe e carne, então vai entender que os pobres têm que comer pelo menos pão. Mas se ele come apenas pão, então o que vai acontecer com os pobres?”.

As leis de tzedaká estão enumeradas em Yoré Deá 247–259 e incluem quanto dar, a quem dar, etc. Nossos deveres de caridade são determinados por nossa renda, levando em conta muitas das considerações que nosso contador teria. No entanto, em termos gerais, devemos dar para tzedaká dez por cento (dízimo – maasser) de nossa renda.

Isso pode parecer difícil — porque afinal, poderíamos pensar: “Ufa… com todo o trabalho que tive para conseguir esse dinheiro, por que não vou aproveitá-lo?”. Mas quando damos aos outros, recebemos muito mais do que damos. Na realidade, dar é receber!

Ao dar maasser, você se salvará de seus inimigos (Likutei Moharán I, 221).

Rabi Nachman disse a Reb Dov de Tcherin, que era um rico homem de negócios, que desse vinte por cento de sua renda aos pobres. Reb Dov de Tcherin cumpriu essa mitzvá durante toda a sua vida. Antes de falecer, ouviu-se ele dizer: “Com meus vinte por cento não tenho medo do Tribunal Celestial, porque serei considerado meritório” (Kojavei Or, pág. 24, #19).

As seguintes citações foram retiradas do livro Sefer HaMidot (O Livro dos Atributos):

A tzedaká é tão grande que acelera a Redenção Final, salva da morte a pessoa que a dá e lhe permite receber o Rosto Divino.
O ato de dar tzedaká permite à pessoa melhorar seu mau comportamento.
Seja generoso e você poderá ascender no mundo.
A tzedaká dada aos pobres da Terra Santa traz prosperidade a quem a dá.
Dê tzedaká e você será abençoado com filhos.
A tzedaká traz paz.
Jerusalém será redimida através da tzedaká.
Quando as pessoas não são caridosas, inevitavelmente o governo emite maus decretos e as despoja de todo o seu dinheiro.
Dê tzedaká com as duas mãos e suas preces serão respondidas.
Ao dar tzedaká, a pessoa se salva da injustiça, da opressão e da desgraça.

Quando devemos dar tzedaká?

É uma ótima ideia separar o dinheiro da tzedaká assim que se recebe o salário. Há quem inclusive deposite seu dinheiro de tzedaká em uma conta bancária separada, mantendo essa conta especificamente para as organizações de beneficência que deseja apoiar.

A Torá afirma: “Dar, você dará [ao pobre]. E não se entristeça ao dar” (Deuteronômio 15:10). Rabi Eliyahu Chaim costumava parafrasear o versículo: “Dê o que você já separou e então não se entristecerá ao dar”.

A pessoa deve dar caridade diariamente, antes de rezar (Orach Chaim 92:10; Likutei Moharán I 2:4).

Ao iniciar qualquer empreendimento, dê caridade. Tudo o que você deseja atingir — seja o estudo da Torá, a oração, outras mitzvot, viagens, negócios ou qualquer coisa — preceda esse ato com tzedaká (Likutei Moharán II 4:2).

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