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domingo, 6 de julho de 2025

✨✨✨✨Ao Final dos Dias – Parte 3

✨✨✨✨Ao Final dos Dias – Parte 3

Rabino Aryeh Kaplan

Em um mundo preparado para recebê-lo, nascerá então o Messias.

Ele será um ser humano mortal, nascido de pais humanos. A tradição afirma que será um descendente direto do Rei David e, de fato, atualmente existem muitas famílias que podem comprovar tal linhagem.

Todos conhecemos líderes que mudaram o curso da história. Vimos, por exemplo, como um gênio maligno como Hitler hipnotizou uma nação inteira, levando-a a cometer atrocidades impensáveis em uma sociedade civilizada. Se esse poder existe para o mal, certamente também existe para o bem.

Agora, imagine um líder carismático maior do que qualquer outro da história. Um gênio político superior a todos. Com as grandes redes de comunicação que temos hoje, ele poderia transmitir sua mensagem ao mundo todo e transformar profundamente a sociedade.

Imagine, então, que ele seja um judeu religioso, um Tzadik. Antigamente isso pareceria improvável, mas o mundo está cada vez mais aberto a líderes de todas as raças, religiões e origens. Logo será perfeitamente plausível visualizar um Tzadik como líder global.

Um cenário possível envolveria a situação do Oriente Médio, um problema que afeta todas as potências mundiais. Imagine um judeu, um Tzadik, resolvendo esses conflitos complexos. Tal demonstração de habilidade política poderia colocá-lo numa posição de liderança global. Os líderes do mundo o escutariam.

Com a paz estabelecida em Israel, ele poderia incentivar muitos judeus a imigrar. Talvez negociaria com o governo russo a saída de judeus, e as dificuldades crescentes dos judeus nos EUA também os levariam a emigrar. Com a decadência das grandes cidades onde vivem, o retorno da diáspora se tornaria realidade.

O povo judeu sempre respeitou aqueles que lideram com sabedoria. Esse Tzadik, naturalmente, seria um líder muito respeitado entre os judeus. Poderia até tornar a religião mais respeitável.

É realmente possível que todos os sábios judeus concordem em nomeá-lo líder e conceder-lhe a ordenação mosaica. Essa ordenação foi interrompida há cerca de 1.600 anos, mas é necessária para restabelecer o Sanhedrin, o supremo tribunal e legislativo dos judeus. Se ele for assim ordenado, poderá restaurar o Sanhedrin. Isso é uma condição para reconstruir o Templo, como está em (Isaías 1:26): “Restituirei teus juízes como no princípio, e teus conselheiros como no início; depois serás chamada cidade da justiça, cidade fiel”.

Com esse Sanhedrin, será possível resolver as muitas questões haláchicas e, assim, reconstruir o Beit HaMikdash, o Templo Sagrado.

Se isso for feito, já teremos cumprido a essência da promessa messiânica.

O Rambam (Maimônides) escreve: “Se surgir um líder da Casa de David, imerso na Torá e nas Mitzvot como seu antecessor David, seguindo a Torá Escrita e a Lei Oral, conduzindo Israel de volta à Torá e lutando as batalhas de Deus — podemos presumir que ele é o Messias. E se tiver êxito em reconstruir o Templo em seu lugar original e reunir os dispersos de Israel, então sabemos com certeza que ele é o Messias”.

É importante notar que esses feitos são o mínimo necessário para reconhecer alguém como o verdadeiro Messias. Muitas pessoas ao longo da história alegaram sê-lo, mas falharam em cumprir esses critérios mínimos — o que prova que eram falsos.

Claro, isso não exclui a possibilidade de o Messias vir de forma milagrosa. Um princípio da fé judaica é que a Era Messiânica pode começar milagrosamente a qualquer momento. Quando o rabino Yehoshua ben Levi perguntou a Eliyahu quando o Messias viria, ele respondeu com o versículo (Salmos 95:7): “Hoje, se ouvires Sua voz”.

Como um gênio e Tzadik, o Messias verá através da falsidade e da hipocrisia do mundo. Como profetizado (Isaías 11:3): “Ele terá prazer no temor ao Senhor, e não julgará segundo a vista de seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir de seus ouvidos”.

À medida que os poderes do Messias crescerem, também crescerá sua fama. O mundo reconhecerá sua sabedoria e buscará seus conselhos. Como Tzadik, ele ensinará a humanidade a viver em paz segundo os caminhos de Deus. Como está profetizado (Isaías 2:2-4):

“E será no fim dos dias
que o monte da Casa do Senhor
será estabelecido no cume dos montes,
e será exaltado sobre os outeiros;
e para ele afluirão todas as nações.
E muitos povos dirão:
Vinde, subamos ao monte do Senhor,
à casa do Deus de Jacó,
e Ele nos ensinará os Seus caminhos,
e andaremos nas Suas veredas.
Porque de Sião sairá a Torá,
e a palavra do Senhor, de Jerusalém.
E Ele julgará entre as nações,
e repreenderá a muitos povos;
e converterão suas espadas em arados,
e suas lanças em foices;
nação contra nação não levantará a espada,
nem aprenderão mais a guerra.”

Embora o Messias vá influenciar e ensinar toda a humanidade, sua missão principal será trazer os judeus de volta a Deus. Como profetizou Oseias (3:5): “Os filhos de Israel ficarão muito tempo sem rei... depois buscarão ao Senhor, seu Deus, e a David, seu rei… ao final dos dias”.

De maneira similar, em (Ezequiel 37:24): “Meu servo David será rei sobre eles; todos terão um só pastor, e andarão nos Meus estatutos e guardarão Minhas leis”.

À medida que a sociedade se aperfeiçoar e o mundo se tornar mais religioso, os homens buscarão o espiritual cada vez mais. Como está escrito (Isaías 11:9): “Porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”.

Mais pessoas alcançarão experiências místicas, como foi previsto (Joel 3:1): “Derramarei Meu espírito sobre toda carne, e vossos filhos e filhas profetizarão”.

Ainda que o homem conserve o livre-arbítrio na Era Messiânica, ele terá todos os motivos para fazer o bem. O mal parecerá ter sido anulado. E, conforme o homem se elevar espiritualmente, se tornará merecedor de uma Providência Divina além das leis naturais. O que hoje chamamos de milagre se tornará algo natural. Com as novas capacidades de extrair o melhor de uma natureza incorrupta, o homem chegará ao seu destino final: o Mundo Vindouro.

Viver à beira da Era Messiânica, como nós vivemos, deve ser uma experiência emocionante para qualquer judeu. Outras gerações esperaram o Messias com base em uma ou duas profecias forçadas; nós vivemos no meio de uma série de tradições messiânicas que estão se realizando com literalidade impressionante. Se você mantiver os olhos abertos, quase pode ver, a cada manchete, mais um passo em direção a esse objetivo.

Mas, como também foi previsto, é uma época de grandes desafios. Vivemos em tempos de armadilhas e tentações, que afastam o imprudente da Verdade. Como disse um grande Rebe: “É muito fácil ser judeu, mas difícil querer ser um verdadeiro judeu”.

Imagine um tempo em que o Messias já chegou. A Verdade foi revelada. O mundo inteiro reconhece o judaísmo como a verdadeira Torá de Deus. Aqueles que seguiram o caminho divino tornam-se os mestres e líderes de uma geração desesperada para reparar suas vidas desperdiçadas em vaidades e futilidades.

Haverá dois grupos: os que viveram pela verdade da Torá e os que não viveram, mas agora desejam desesperadamente fazer parte dela.

A qual grupo você vai pertencer?

(Com a gentil autorização de www.tora.org.ar)

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