✨✨✨✨O Verdadeiro Messias 1,#
Acreditar no Messias é um dos princípios básicos do judaísmo. Mas que tipo de pessoa será o Messias? A que tipo de era ele nos introduzirá...?
Rabino Aryeh Kaplan
Acreditar no Messias é um dos princípios fundamentais do judaísmo. Nós acreditamos que o Messias ainda virá e, com otimismo, antecipamos a Era Messiânica. Mas que tipo de pessoa será o Messias? A que tipo de era ele nos conduzirá?
O que nos reserva o futuro?
Existem alguns pessimistas que dizem que a humanidade está caminhando para o seu fim. Eles preveem que contaminaremos completamente a superfície do planeta ou o superpovoaremos até vivermos em extrema escassez. Outros veem a humanidade em uma corrida desenfreada rumo a uma guerra nuclear.
Por outro lado, há otimistas que preveem uma utopia para a humanidade. Eles veem energia ilimitada gerada por reatores termonucleares, a conquista das doenças mais temíveis e a solução de todos os nossos problemas sociais, levando o mundo além dos nossos sonhos mais preciosos.
Nunca antes a humanidade enfrentou uma gama tão ampla de possibilidades. Nunca antes teve tanto poder à sua disposição — para o bem ou para o mal.
Vivemos em uma época acelerada. O homem de 2.000 anos atrás não teria notado muita diferença no mundo dois séculos depois. Mas o homem de 200 anos atrás, se fosse transportado para a sociedade atual, encontraria um mundo além da sua imaginação mais selvagem.
Ele se veria em um mundo onde ir à lua não é metáfora do impossível, mas um projeto governamental bem financiado; onde os átomos são fracionados e os segredos da vida, revelados; onde pragas terríveis que dizimavam civilizações inteiras já não existem; onde o ser humano se comunica instantaneamente com todo o mundo e voa, em poucas horas, para terras distantes; onde os animais de carga são quase coisa do passado e o homem é atendido por um exército de assistentes eletrônicos.
Não é necessário estender esse ponto, mas os últimos duzentos anos causaram um aumento no conhecimento jamais visto na história da humanidade. Independentemente de como utilizamos esse conhecimento, os feitos são realmente impressionantes.
O que isso tudo significa?
Por que tudo isso está acontecendo agora? Em todos os milhares de anos de civilização humana, houve muitos gênios. Por que eles não conseguiram provocar a revolução do conhecimento que estamos vivendo? Por que teve que esperar até este século?
E para onde tudo isso está nos levando?
E, no meio disso, por que encontramos, de repente, uma geração que não tolera mais guerra, injustiça, desigualdade, poluição do meio ambiente ou quaisquer outros males que antes pensávamos ser inevitáveis? Por que essa mudança global repentina de consciência que parece abalar as próprias raízes da civilização? Por que cada vez mais pessoas chegam à conclusão de que os males da sociedade são consequências naturais da civilização, mas que exigem cura?
Existe alguma relação entre a explosão de informação e o aumento da consciência humana sobre justiça social?
Podemos buscar razões sociológicas para isso. Podemos considerar como mera coincidência. No entanto, existe um terceiro elemento, um que já afeta o mundo inteiro, mas está diretamente relacionado aos judeus.
Depois de 2.000 anos de sofrimento e orações, estamos novamente no controle da nossa antiga terra.
Novamente, a relação entre isso e os outros dois pontos pode ser descartada como coincidência — exceto por um detalhe:
Já havia sido previsto.
Se alguém observar o mundo atual sem preconceito, verá que estamos vivendo em uma era em que a maioria das profecias judaicas relacionadas ao prelúdio da Era Messiânica estão se cumprindo. Mesmo os mais céticos não conseguem deixar de se perguntar se tudo isso é apenas coincidência. Quem tem uma visão clara pode realmente ver a mão de D’us agindo.
Nós, que acreditamos em D’us, sabemos que Ele controla o destino final da humanidade. Embora cada indivíduo tenha livre-arbítrio, D’us guia o curso geral da história conforme Seus desígnios. Os desejos coletivos das sociedades são, portanto, determinados por D’us. As invenções e descobertas acontecem como resultado da Vontade Divina. Os governos são guiados por D’us para trabalhar segundo Seus propósitos. É isso que as Escrituras querem dizer quando afirmam (Provérbios 21:1): “O coração do rei está nas mãos do Senhor… Ele o inclina para onde quer”.
O objetivo final do processo histórico é o aperfeiçoamento da sociedade. Como tudo foi criado por D’us, tudo deve eventualmente alcançar a perfeição. Isso também se aplica ao mundo terreno do ser humano, que foi criado como cenário para nosso serviço a D’us.
O objetivo final é o que chamamos de Era Messiânica. Ela é o foco de todo o processo histórico. A vinda do Messias é uma crença fundamental do judaísmo. Esse anseio e expectativa dão aos judeus grande otimismo quanto ao futuro da humanidade.
No entanto, se você já percorreu os muitos trechos da Bíblia, do Talmud, do Midrash e do Zohar que falam da Era Messiânica, pode ter se sentido confuso. Algumas tradições parecem contradizer outras, enquanto a linha entre profecia e alegoria frequentemente é muito tênue. Para muitos de nós, qualquer tentativa de encontrar lógica ou coerência nessas ensinanças pode ser extremamente frustrante.
Um dos principais pontos de contradição é se o início da Era Messiânica será acompanhado ou não por milagres. Muitas fontes sustentam uma perspectiva milagrosa, como (Daniel 7:13): “Eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem”. Por outro lado, outras apresentam uma visão mais simples, como (Zacarias 9:9): “Eis que o teu rei vem a ti… humilde e montado num jumento”.
O Talmud reconhecia essa contradição e respondeu afirmando que há duas formas básicas pelas quais a Era Messiânica pode começar. Se formos merecedores de milagres, ela virá de forma milagrosa. Se não, virá de maneira natural.
Sejamos ou não dignos de milagres, D’us guiará as forças da história para provocar, eventualmente, a chegada da Era Messiânica. No entanto, se formos merecedores de milagres, poderemos antecipar sua vinda antes que o processo histórico esteja completo.
Milagres não devem ser encarados levianamente. O livre-arbítrio humano é um dos elementos primordiais da Criação. Se o homem perdesse seu livre-arbítrio para agir ou crer, não poderia ser responsabilizado por seus atos ou crenças. Essa responsabilidade é essencial, e seu livre-arbítrio deve ser preservado o tempo todo.
Presenciar um milagre pode comprometer a liberdade de crer. Por isso, milagres geralmente ocorrem em circunstâncias onde a fé é tão sólida que não será abalada. Para merecer um milagre, o homem deve possuir tamanha fé em D’us que não seja alterada pela observação do milagre.
Embora alguns de nossos Sábios tenham tentado provocar a vinda milagrosa do Messias, muitos se resignaram a esperar o tempo apropriado de D’us, quando as forças da história trarão essa Era sem o recurso aos milagres. Assim, o amorá Shmuel ensinou: “Não há diferença entre agora e o tempo do Messias, exceto quanto à submissão ao domínio estrangeiro”. Também encontramos muitos ensinamentos dos nossos Sábios indicando que a redenção não virá de uma só vez, mas sim gradualmente, de forma natural.
É claro que muitas tradições relacionadas à Era Messiânica são alegóricas ou dependem de fatores conhecidos apenas por D’us. Por isso, nem todas são condições indispensáveis para a redenção. Por essa razão, o Messias pode vir a qualquer momento, totalmente sem aviso prévio.
Continua…
(Com a gentil autorização de www.tora.org.ar)
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