✨✨✨✨O Verdadeiro Messias, Parte 2
Rabino Aryeh Kaplan
Há quase 2.000 anos, o Zohar predisse: “No ano 600 do sexto milênio, os portais da sabedoria dos céus e das fontes da sabedoria inferior se abrirão...”
Para que exista uma sociedade perfeita, coisas como doenças precisarão ser eliminadas. Assim foi previsto (Isaías 35:5): “Os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos, destapados; então o coxo saltará como um cervo e a língua do mudo cantará”.
De maneira semelhante, formas desgastantes de trabalho serão eliminadas para que o homem possa se dedicar inteiramente ao seu propósito espiritual. Muitos milagres semelhantes foram previstos, como uvas do tamanho de ovos de galinha e grãos de trigo do tamanho de um punho. Como sabemos hoje, isso tudo pode ser viável com uma tecnologia que já não está tão distante da que possuímos.
De fato, quando Rabán Gamliel falou sobre esses milagres, afirmou que não envolviam mudanças nas leis da natureza, mas faziam referência a uma tecnologia muito avançada. A necessidade de esforço para processar produtos agrícolas será mínima — roupas e pães parecerão crescer em árvores. E à medida que desvendamos os segredos da vida, será possível fazer com que árvores deem frutos continuamente.
Se pensarmos nos milagres da Era Messiânica como avanços tecnológicos, e não manifestações sobrenaturais, torna-se fácil entender tradições que falam de voos espaciais e colonização interestelar nesse período, mesmo entre aqueles que não creem em milagres explícitos.
Naturalmente, tudo isso poderia parecer especulação forçada — não fosse o fato de que a atual revolução tecnológica também foi prevista com uma data bastante precisa.
O Zohar declarou: “No ano 600 do sexto milênio, as fontes da sabedoria inferior se abrirão, preparando o mundo para o sétimo milênio, assim como um homem se prepara para o Shabat ao pôr do sol da sexta-feira. E um lembrete para isso é (Gênesis 7:11): ‘No ano 600... todas as fontes do grande abismo se romperam’”.
Isso corresponde ao ano judaico de 5600 (ou 1840), quando se iniciaria uma súbita expansão do conhecimento secular. Mesmo que 1840 em si não tenha trazido grandes avanços científicos, coincide de maneira quase misteriosa com o início da revolução científica moderna.
A tradição pode ter antecipado até o tremendo poder destrutivo da tecnologia atual. Rabino Elazar ensinou que a Era Messiânica começaria numa geração com poder de autodestruição.
Se os milagres tecnológicos forem impactantes, a revolução social será ainda mais profunda. Isaías (2:4) profetizou: “Nação contra nação não levantará espada, nem aprenderão mais a guerra”. Outros versículos, como (Isaías 11:6), “O lobo habitará com o cordeiro…”, também simbolizam a paz e harmonia entre as nações.
Rabino Nachman de Breslev explicou que o homem entenderá o absurdo da guerra assim como compreendeu o absurdo da idolatria.
Individualmente, as transformações serão ainda mais intensas. Recursos antes dedicados à guerra serão investidos no aperfeiçoamento da sociedade. Haverá um padrão de justiça social conforme (Isaías 62:8): “O Senhor jurou... jamais darei teu trigo a teus inimigos, nem o vinho por ti produzido será bebido por estranhos”.
Algumas das mudanças mais radicais decorrerão do fim da maldição de Adão e Eva. A tecnologia eliminará a necessidade do trabalho exaustivo (Gênesis 3:19), e a posição da mulher também será profundamente transformada, com o fim da maldição de Eva (Gênesis 3:16). Isso pode estar relacionado com a profecia (Jeremias 31:22): “O Senhor criará uma coisa nova: a mulher buscará o homem”.
Essas mudanças rápidas trarão grande comoção social, referida como os Jeblei Mashiach — as dores de parto do Messias. Se ele vier com milagres, elas podem ser evitadas. Se não, podem ser inevitáveis.
Nesse cenário, haverá um afastamento entre pais e filhos, com uma crise na transmissão de valores e tradição religiosa. Os anciãos não serão mais respeitados, os valores serão desprezados, e as instituições religiosas, difamadas.
O judaísmo sofrerá. A tradição afirma que haverá várias correntes, cada uma dizendo possuir a verdade, tornando difícil reconhecer o verdadeiro judaísmo. Isso é o significado de (Isaías 59:15): “A verdade desapareceu”.
Muitos abandonarão completamente a fé judaica, conforme interpretado de (Daniel 12:10): “Os ímpios agirão perversamente e não compreenderão”.
Contudo, alguns judeus se manterão fiéis. Eles verão a decadência ao seu redor e não se deixarão arrastar. Serão zombados, chamados de tolos. Como profetizado (Isaías 59:15): “Aquele que se afasta do mal será considerado louco”.
Uma das tradições mais importantes sobre a Era Messiânica é o retorno dos judeus à Terra de Israel. Isso começará com uma certa autonomia política, talvez até com permissão das nações. A terra será cultivada conforme (Ezequiel 36:8): “Vocês, montes de Israel, darão seus ramos e produzirão frutos para Meu povo Israel, pois eles estão para chegar”.
Também se diz que o Messias será revelado em Israel. Há ainda uma tradição de que a maioria dos judeus deverá estar em Israel para que a profecia retorne, pois ela só se manifesta quando a maioria do povo judeu vive na Terra de Israel.
Outra tradição importante afirma que o Templo Sagrado (Beit HaMikdash) será reconstruído antes da Era Messiânica. Porém, Jerusalém só será reconstruída após o retorno da diáspora. É possível que o próprio Messias realize essas tarefas antes de ser reconhecido como tal.
Continua…
(Com a gentil autorização de www.tora.org.ar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário